quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Soneto de Fidelidade


















De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


(Vinicius de Moraes)

Um comentário:

dt_Carol disse...

Perfeito.
É o que todos devem aprender...
Amar intensamente e eternizar...
Afinal, de que vale um amor sem paixão?!?!?