domingo, 7 de agosto de 2016

Inamorável - Akasha Lincourt



*Gostei tanto deste texto, que me identifiquei. Não só pelo mundo estar uma bagunça, mas também por me sentir "Uma Garota Inamoravel".
A pessoa me julga, eu sei, sou jovem, não sou feia e tenho muito o que viver ainda. Mas o que as pessoas não sabem é que, não basta amar e ser amada, ter "alguém" para chamar de "seu", quero é ter minha liberdade de escolha, ir e vir, fazer o que eu quero. Ou não posso fazer isso? Só por que sou mulher?
Quero ser livre sim é vou lutar por isso...

Citou ainda uma outra frase:
"Garotas Boas Vão Pro Céu... Garotas Más Vão Prá Qualquer Lugar...
Rebeca Matta"

Julgue-me quem for incapaz da incompreensão humana!

"Uma vez, em um bar, ela me disse: “Neste mundo existem pessoas inamoráveis, e eu sou uma delas”…
Aquilo me intrigou durante toda a noite, uma palavra fora do dicionário que ela usava para se descrever, e por que? A observei enquanto ela, tímida, finalizava mais um copo de cerveja. Eu estava com ela havia quatro horas, quatro horas onde conversamos sobre filosofia, arte, astrologia, cinema e viagens… Quando ela se dirigia ao garçom o bar inteiro parava para vê-la… Tinha seu carro, sua casa e era do tipo que não dependia de ninguém, então por que pensar assim? Teria ela se fechado?
Ela fez uma cara de entediada e me chamou para caminhar enquanto fumava um cigarro, até a saída sorriu e comprimento todo mundo com aquele jeito sapeca de menina do mundo…
Aquilo tudo era muito pequeno e raso para ela, conclui.
Na rua todos passavam apressados, ela se divertia com os animais abandonados, abaixou e entregou sua garrafa de água pró morador da rua, explicou o endereço de uma balada em alemão para um estrangeiro perdido que agradeceu com um sorriso, comprou chicletes de uma criança
E na minha cabeça só ecoava: inamorável.
Foram horas observando aquela garota, até não Me aguentar e voltar no assunto… Eu queria entender melhor, eu queria uma definição como num dicionário. Então ela pegou minha mão e me puxou para um bar onde tocava uma banda de rock, ficou em silêncio por longos 30 minutos observando tudo até que disse:
– olhe ao seu redor, estamos já a um tempo aqui. Durante esse tempo por nós passou uma garota chorando por que seu namorado terminou com ela ontem e hoje já está com outra, pois acredita que pessoas são substituíveis… naquela mesa tem 10 pessoas e elas não conversam entre si pois estão nos seus smartphones, talvez aquela garota de vermelho seja a mulher da vida do cara de azul, mas ele nunca saberá pois é orgulhoso demais para tentar. Veja o rapaz de pólo no bar, é o terceiro copo de martíni que ele toma olhando pra loira que ta tentando chamar a atenção do vocalista que fingirá que ela não existe por causa da ruiva e da morena que ele pega em dias alternados, e ele não pode ficar mal perante as outras.
Olhe ao seu redor, não fazemos parte disso. Não somos rasos, realmente não fazemos parte disso. Entramos sem celular na mão, esperando encontrar pessoas legais, com papos legais, com relações reais e voltamos para casa sozinhos. Somos invisíveis num mundo de status onde as pessoas não vão te querer por que você mora longe, ou por que não gostam da sua cor de cabelo ou por que você não curte os beatles. Acontece tudo tão rápido que as pessoas estão com preguiça de fazer o mínimo de esforço para conhecer realmente alguém, e tudo é medido em likes.
Eu passo por essa legião como um fantasma, pois eles estão ocupados demais para ver quem está ao redor enquanto procuram alguém no tinder. E eu me importo? Não mais.Sou inamorável por que não me importo com nada disso.. nenhum desses status. Não me importo em quanto tempo levo para conquistar a pessoa, se ela realmente vale a pena. Não me importo se terei que atravessar a cidade para vê-la quando tiver saudades e não me importo se ela me presentear com um ingresso pra ir ver o show dos beatles por que é importante para ela, mesmo eu detestando a banda. Por que eu sou assim, e se antes era o que procurávamos em alguém, hoje em dia somos considerados inamoráveis por manter o coração e a mente aberta.”

Naquele momento eu a entendi, e me apaixonei pelo mundo dela."

Texto e foto por: Akasha Lincourt

Se Foi como o Vento...


Nesta noite tive um sonho. Parecia tão real.
Eu estava em uma rede na varanda, na frente

estava o mar límpido, era um fim de tarde de

verão.
Eu me levanto e saio para caminhar na areia

fofa da praia, e cheguei a beira d'água, as

ondas iam e voltavam. O Sol ia se pondo no

horizonte...
Caminho sem destino, com a brisa soprando

em meus cabelos.
Num certo ponto me sento na areia para

completar o entardecer. Era lindo, quase

podia toda o fim do horizonte.
Então ele veio, não sei de onde, não sei

por quê, mas ele veio em minha direção.

Sentou-se ao meu lado, entrelaçando seus

dedos nos meus e eu apoiei minha cabeça

em seu ombro.
Ficamos ali contemplando o fim de tarde até

o cair da noite, e começar o surgimento das

primeiras estrelas.
Foi tão doce, suave e real. O toque de sua

mão em minha mão, o seu olhar no meu

olhar.
Foi um sonho tão real e ao mesmo tempo

irreal.
Parecia uma outra vida! Uma vida que talvez


eu deseje tanto, mas nunca conseguirei tê-la.
O sonho é como areia entre as mãos, dá para

segurar por um tempo, porém ela vaza entre

os dedos e o vento leva embora...
Esse foi meu sonho, um sonho bom, mas se

foi com o vento!

Culpada


Estou parada na chuva, não me importo, a chuva se

misturam com minhas lágrimas.

Não tenho como me mover, algo me prendeu no chão. Tento

repassar minha vida até aqui.
Realmente um dia fui feliz ou simplesmente fingi tudo?
Será que meu sorriso está tão automático ?
Meus olhos perderam o brilho, não tenho mais encanto.
Não me importa mais.
Minha vida está afundanda ou sendo engolida por um

tornado.
Cada trovão leva um pedaço da minha alma.
Já não sinto o calor de um abraço, ou um doce beijo de uma

despedida.
Estou aqui, na chuva fina e fria, mas quem se importa, me

tornei invisível para todos.
Ouço sons de passos em minha volta, mas ninguém me

nota, sou indiferente e não posso culpar ninguém.
Só posso culpar a mim mesma e deixar o tornado me levar

daqui.
Assim não serei mais a garota boba que se apaixona e de

apaixona 1000 vezes por dia.
Só queria dizer, só queria uma vez sentir meu coração bater

no mesmo compasso de uma outra pessoa.
Mas isso é diferente, não existe outra pessoa, esgotei

minhas chances.
Cadê o tornado para me levar para outro lugar?

O exílio é o melhor para mim.

Não mereço compaixão, pena ou dó, fui eu quem provoquei

tudo e agora tenho que aguentar as consequências e seguir.
Seguir um caminho dourado e me preparar para tudo que

ainda a vida me reserva.
E não ser mais feliz!
Isso são para as garotas boazinhas